quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Trechos de Dudude



“A dança contemporânea caminha pelo viés do corpo, do movimento orgânico não convencionado, dando à vida cotidiana, ao seu gesto mínimo, uma dimensão artística provinda da sensibilização do olhar e de um processo de conhecimento e conscientização do próprio corpo.”

“Para dançar, é preciso estudar o mundo e estar disposto a perder o corpo, para reencontrá-lo liberto em sua potência de expressão. É preciso andar pelas linhas de fuga, reconhecendo que as coisas são cíclicas e estão em movimento. A arte é mutável, hoje eu tenho esse corpo, amanhã será outro.”

"A arte representa uma mudança de espaço - os sentidos dilatam, vem o invisível. A experiência do tempo se modifica. Dessa forma, a função do artista é mudar o estado das coisas, fazer uma pedra virar um coração.”

“O corpo é como a areia. A mente é como o vento. Para reconhecer o percurso da mente, é preciso reconstituir seu desenho movente na areia dos corpos.”



*Dudude Herrmann trabalhou em inúmeros espetáculos como coreógrafa e bailarina. Coreografou e deu aulas na Companhia de Dança de Minas Gerais e no 1° Ato Grupo de Dança. Em 1992, criou a Companhia Dudude Herrmann - hoje chamada Benvinda Cia de Dança. De lá pra cá, foram diversos espetáculos e uma trajetória marcada por prêmios. Seus últimos trabalhos são “O Armário” (1999), “Barrocando” (2000) e “4 Solos para 3 Intérpretes” (2002). Por dez anos coordenou a área de dança do Festival de Inverno da UFMG e já completa vinte e cinco anos de trabalhos como professora. Hoje, promove em seu estúdio incontáveis eventos, cursos e encontros e continua a refinar a pesquisa da consciência corporal.
http://www.dududeherrmann.art.br/

[Retirado de texto publicado em periódico da Fundação de Educação Artística (nº2) – Perfil, 08 de novembro de 2002].